sexta-feira, maio 23, 2014

TYRion Lannister

É completamente impossível não falar deste personagem. É inconfundível a força que emana de Tyrion. Ao começar a escrever percebo que seu nome traz TYR, o jovem deus guerreiro nórdico. E outra coincidência. 
Por um daqueles acasos do destino, eu, fanático por Games of Thrones, deixei semana passada de assistir o episódio imediatamente após ter sido disponibilizada a cópia legendada. Assisti mais tarde. Após meu dia. E nem foi porque estava ocupado com os deveres da "bolsa" (aquela que poderia ter que devolver se desistisse), muito pelo contrário, estava "de boa". Coisas que nunca saberemos a resposta. Mais uma. 

Quando vi a cena estonteante não sabia o que pensar, o que sentir. Um turbilhão passava pela minha cabeça. Primeiro, a certeza de que mais pessoas deveriam assistir. Contudo, assistir não significa compreender. Em tempos de tanta punheta acadêmica com sua famosa verborragia e seu blá blá blá super hiper mega power, lembrar do tio Goffman ninguém lembra... Cadê o ESTIGMA galera? Ah, sumiu, porque agora é maravilhoso ser "queer"... Saco! E aí vem todo o vocabulário que pra nada serve, nada muda (só o lattes de alguns)...

Assim, ver Tyrion explodindo e esfregando na cara de seus algozes: "Eu não matei o rei Joffrey, mas eu gostaria de tê-lo feito. Eu gostaria de ter sido o monstro que vcs pensam que eu sou. [...] Eu não darei minha vida para o assassino de Joffrey. E eu sei que aqui não haverá justiça. Então eu vou deixar os Deuses decidirem o meu destino. Exijo um duelo para meu julgamento" é glorificante. No melhor estilo "Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês". Aquele anão, cheio de marra, com um senso ético inigualável, com aquela inteligência destinada a pouquíssimos me lembrou tanta coisa... A identificação era quase imediata. Ele preferia a morte a aceitar pacatamente os abusos de outros. Como não ficar tocado? Como não compreender sua excelência? Como não reverenciá-lo?

Quanta emoção ao assistir sua valentia, tão incomum nos dias de hoje, nessa espécie precária que se auto-intitula "Homo sapiens", ao não negar, em nenhum momento, mesmo após a pérfida traição de sua "whore". Ele havia se iludido, acreditou que poderia ser amado. Mas a espécie que ele buscava Amor desconhece esse sentimento. Freya há tempos abandonou este povo, e um verdadeiro guerreiro de outros tempos não encontraria Amor nos braços dos humanxs. Para elxs, amar é coisa tola, fútil, descartável. Tyrion é um Leão. Várias "whores" diriam sem medo, sem ética que o amam... O que desejam nada mais é que o velho metal aurum... Contudo, como guerreiro ele não negou seus sentimentos, mesmo sabendo que tinha sido traído. E seu olhar ao ver a traição brutalmente me carregou para o território da dor.

Ainda assim, ele tem mais cartas na manga. Ao pedir auxílio ao seu amigo defensor de outrora, aceita sem insistência que ele não o defenda no combate. Aceita seu destino: "lutarei eu no duelo, e farão canções sobre esse dia". Novamente, foi impossível não perceber o espelho. Príncipe Oberyn, outro ser vindo de outras terras, aceitou lutar em seu nome. O nome era vingança. Sem saber, também era justiça. Ele nunca viu um mostro em Tyrion. Um pequenino apenas, monstro nunca. 

Então pensei, quando o saco da bolsa compulsória encerrar, o primeiro livro que lerei será "As Crônicas de Gelo e Fogo". Meu coração, apesar da turmalina negra, merece. 
E digo a você Tyrion, onde quer que esteja, em qual máscara monstruosa viver, saiba: se Oberyn desistisse haverá sempre um Guerreiro do Sul para lutar em seu nome!

                                     
                                                                 

                                                                                     Viva TYRion! 


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