quarta-feira, julho 04, 2007

Lua Cheia em um dia de Sol. Rua feia em um dia de pó...

Aquietai-vos
O menino acordou.
Mal. Caminhos tardios para as perguntas.
Mãos juntas, saudades.
Quando será que irão perceber que aquele tolo,
era um guerreiro desmascarado?
Inundado de emoções! Regurgitando dores?
Olhos abertos? Lábios vendados.
Meu esconderijo é sempre teu.
Vou ao parque. Tomo chá, sem merecer.
Parques combinam com solidão. Outras bebidas não.
Talvez a falta que eu sinta seja o essencial.
Lágrimas nos sonhos são torrentes, piscinas.
Escoam águas. Ecoam mágoas.
O pior é não estar longe. É não estar.
Não conto. Não pergunte. Metáforas são amigas de meninos.
Tristezas são caminhos de guerreiros.
Queria a máscara para que não pudesse ver.
Ilusão. Era invisível.
Qual o tempo que virá e verão um menino,
cantando, chorando, sonhos...
Me pedem para baixar as armas, perfuram-me com lanças,
danças e desprezo.
Amigos solitários encontram muros.
Bastava embalar. O futuro.
Tenho medo, não era mais que menino
gritando em busca de abraços.
Mas não há salvação.
Então. Explosão de urros, risos, mitos. Surras, repulsão.
Heróis de cinema, algemas para me domesticar?
Não. Carinhos de um menino. Sozinho.
Me acostumei à poltronas vazias. Palavras bonitas.
Bem-feitas.E ao lado, vozes desfeitas.
Desejos, paixões e um menino.
Bandeiras e causas. Causaram-me náuseas.
Asco e raiva, atiraram-me ao fogo.
Fogueira santa? Tribunal. Inquisição?
Santo ofício? De malefícios?
Quiseram me ver. Impossível aos olhos.
Gritaram: mostra a tua cara! Mostrei.
A alma.
Não é o espírito. Seu desejo é uma Ordem.
Eu, sem direitos. Meu dever, acordem!
Seriam todos maquiáveis? Guerreiro é absoluto.
Soberano. Enfim, eu luto. Em luto, por seus egos.
Não abano a cauda para bovinos cérebros.
Me escondo para me enxergarem. A dor é esta.
Pior não há. Há sim. A todas que escondi.
Sem começo. Vou guardar mais essa canção.
E dizer até mais. Cuide-se.
Amigos são para essas horas. E sorrisos não
dizem nada, tantos anos e eu aprendi,
dormir esmaga as expectativas.
Tentativas, são sempre em vão.
E beijo, não terão.
Aquieta-te, o menino calou-se.
Festeje, mais este meu adeus.
Ah, Deusa... Cuida do filho de Pã.
Letras, Drummond, livros, refrão, legião, Bandeira, Pessoas,
Notas, disparidade, exaustão, coragem, sinceridade, viagem,
Lispector, saudades, sempre saudades.
Clarice.