segunda-feira, junho 25, 2007

Porque ninguém vai ler, eu escrevo.

Nada importa. Tudo é construção. Fizeram um desenho de mim e me plastificaram.A borracha apagou meus direitos.Não posso mudar. Minha caneta é invisível.Meu caderno compartilho, e minha vida invisível.Meus desejos, ideal, perfeito.Não se planta coragem. Sou um fato.E o pior, é que penso.Tentam forçar, me incluir. Mas não pertenço.Sou objeto. De estudo.De nada.Entenderam algo?Descoberta alucinante.Sorrisos. Somos teus “amigos”...Quem sabe me amansar? Adestrar por que não?E passo cantando pra ninguém ouvir.Entre teclas e noites, tenho fábulas.Histórias perdidas de um guerreiro partido.Acho que Wilde vem me visitar e lembra que não posso ousar...Outros mostram. Eu, guerreiro quieto.Essa sensação de que sempre é do mesmo jeito.Todos se conformam, eu confronto.Ou escolho a cama, ou o cérebro.Meus direitos têm limites. Há sempre um muro.Ou um cordão de isolamento.O pior, é que alguém tinha razão:Não tenho o que é preciso.Tenho cérebro.Mas isto não se compra em sex shop.E o que importa?A dicotomia já ditou as normas:Vocês pra cá, eu pra lá. Afinal, porque eu não me acostumo coma sua tão generosa jaula?Simples, porque eu escrevo.E ninguém vai ler.

Um comentário:

Nathalia Musa disse...

Ahhhhhh. Eu não estou em um bom dia pra escrever algo que seja pertinente. Mas eu conversava hj mesmo sobre isso com minha psicóloga (o ser mais pensante que consegui encontrar)...
Eu sempre fico meio sem ação qdo leio estas coisas que vc escreve.
Vale dizer que hj em dia, ando preferindo a superficialidade? Porque sei que para os seres pensantes, acaba não existindo caminhos que não sejam dolorosos...

saudades.